quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sexo na melhor idade

Antes eram chamados de anciãos, agora ganharam o eclético nome de pessoas da Terceira Idade, o que reconhecemos como as pessoas velhas, o que pode ser entendido como carinhoso, pode também representar uma pessoa decadente, fora de forma e principalmente já sendo descartada pela sociedade.

O Brasil neste sentido é um país dos mais injustos, pois pouco valorizamos as pessoas ditas da Terceira Idade.Trazemos uma herança muito grande quanto ao desconhecimento da vida sexual das pessoas da Terceira Idade, exatamente porque sempre consideramos que estas, depois de terminada idade não faz sentido, imagina-las sexualmente.

Desde pequenos aprendemos a valorizar a juventude e assim começamos a tomar conhecimentos dos instintos sexuais, suas possibilidades, sensações e desejos, aprendemos também a identificar o sexo como coisa suja e feia e pecaminosa. Conclusão: criamos uma dificuldade muito grande de identificar nossos pais como ativos sexualmente, uma vez que o sexo é um exercício de prazer e parece que os pais embora queridíssimos não os entendemos como pessoas que possam “praticar” o sexo. Daí a imaginar o sexo nas pessoas de mais idade é pedir muito.

As surpresas começam quando descobrimos que, sentimento e desejo não tem idade, já o sexo embora possa ficar com algum comprometimento de desempenho, em geral ganha em qualidade, com um prazer mais intenso e realizador. Habituados que somos a valorizar a virilidade masculina como fonte de juventude e pujança sexual, no momento em que percebemos que esta energia começa a entrar em decadência, também criamos um pressuposto da falência sexual.

A mulher exuberante na juventude, cria um determinismo de prazer espontâneo e criativo, que a partir de determinado momento entra em colapso físico, com os sintomas da menopausa, ficando entendido daí que, os mesmos se transformarão em inibidor do desejo e impulso sexual. Fomos educados assim como deveria ser, só que não acontece exatamente desta maneira, na realidade muitos mitos foram criados com relação a verdade do sexo na terceira idade.

O vigor da juventude já não é o mesmo, podendo prejudicar a eficiência, ou ainda provocar uma dificuldade maior de desempenho, tanto para o homem que pode ter uma ereção mais demorada, assim como para a mulher que pode demorar mais para se excitar e lubrificada ficar pronta para a relação. O desejo ao contrário pode não se alterar, muito ao contrário, talvez até porque neste momento da vida, os filhos já criados, as dificuldades superadas, sobra uma energia específica para alimentar o desejo e assim facilitar o impulso sexual.

Com o facilitador da experiência e agora sem a impulsividade dos primeiros momentos da vida sexual. A quantidade tão generosa no início da vida sexual se transforma em um sexo mais qualificado com o prazer sendo saboreado em sua totalidade, é a vitória da qualidade. O mito de que a ereção não acontece depois dos sessenta anos é facilmente comprovado, pois em geral é satisfatória, não necessariamente com a rigidez da juventude, mas o suficiente para uma boa relação sexual, tanto do parceiro quanto da parceira.

A ereção pode ser lenta, mas progressiva, só impedida se acompanhada de excessiva ansiedade, aí sim dificilmente vai acontecer, mas as pessoas da Terceira Idade, tem neste momento a experiência e a paciência que em geral são os determinantes de um bom envolvimento sexual. Importante que as pessoas mais velhas, procurem se informar, o mais possível, de como é o funcionamento de seu corpo, não só sexual, mas de maneira geral, buscando os caminhos e as soluções, sempre que sentir-se apresentando alguma dificuldade.

 O que muitas vezes pode acontecer são estigmas de inoperância sexual, desacreditando em seu potencial e suas possibilidade, assumindo uma vida assexuada, são fantasmas que impedem de buscar ajuda. Uma vida sexual rica, facilita a resolução da problemática existencial e da convivência com a idade avançada, aumentando o prazer de viver e a auto-estima.

Tanto para homens quanto para mulheres, uma rica e pertinente vida sexual só pode colaborar para uma vida mais saudável e feliz. As pessoas idosas não precisam e não devem abrir mão de sua vida sexual, possivelmente rejuvenescidos viverão mais e melhor. 

Fonte: Toque feminino.

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